(ARTIGO)
Por Norival Capassi - Gerente de Estratégia em Equipamentos Elétricos da Hyster-Yale do Brasil.
Novembro/2017 - O futuro já
começou, quando falamos em movimentação de material. As grandes questões neste
cenário são: a falta e o custo do espaço e o alto grau de confinamento dos
milhões de metros quadrados em armazéns espalhados pelo mundo.
No Brasil esta
história não é diferente, ainda mais com o aquecimento dos “Atacarejos” que vêm
exigindo do mercado fabricante de empilhadeiras e paleteiras soluções
inteligentes, mas que ao mesmo tempo, sejam robustas e não poluentes.
O armazenamento
vertical é uma tendência já difundida em nosso país, dado o alto custo do metro
quadrado construído para armazenagem e de nosso limitado modal de transporte. Por
isso é tão importante e fundamental pensarmos em equipamentos que conciliem
alta capacidade, agilidade na tração e elevação, robustez, movimentações suaves
e, principalmente, tecnologia suficiente que tornem “sutil” sua coexistência
com outros elementos da operação logística.
Foi pensando
nisso que as indústrias deste segmento vêm criando alternativas para tornar
essas máquinas praticamente “invisíveis”. Relevando essa nova realidade, uma
das fortes tendências deste setor são os equipamentos não poluentes, de baixa
manutenção e com altíssima autonomia de funcionamento multi-turnos.
É neste momento
que surgem as empilhadeiras elétricas com baterias de “on-Lithium – que, segundo estudos preliminares realizados com
clientes e fornecedores, têm autonomia superior por turno entre 20% e 30% em
média, quando comparadas com as baterias de chumbo-ácido (onde o turno é de 6 a
8 horas regulares).
Ainda não
disponível no Brasil, além das tecnologias mencionadas acima, citamos a mais de
perto pela revolucionária, a tecnologia dos equipamentos movidos por células de
combustível ou células de hidrogênio (as Fuel
Cells).
Esta última é
hoje a mais avançada tecnologia de energia 100% limpa, ideal para empilhadeiras
e equipamentos de movimentação em armazéns e galpões das indústrias de
alimentos e bens de consumo diário.
Uma das
principais vantagens das células de hidrogênio, além da não emissão de gases
poluentes, é a não necessidade de descarte – um verdadeiro “calcanhar de
Aquiles” para os clientes que utilizam as baterias comuns.
Outro ponto
relevante é a troca de baterias, foi observado que no caso das convencionais movidas
a chumbo-ácido leva-se cerca de 20 minutos, já com as células de hidrogênio é
possível realizar uma recarga em apenas três minutos, sem necessidade de
remoção de baterias, gerando uma maior produtividade entre turnos e eliminando
as interrupções para troca, além de eliminar os custos com gestão de sala de
baterias.
As Fuel Cells consistem em uma unidade de
conversão de energia que capturam e utilizam a força contida no hidrogênio,
produzindo eletricidade partindo do hidrogênio e oxigênio com vapor de água e
calor como seus subprodutos. Uma vez que estes subprodutos não produzem emissão
de poluentes, a célula de combustível consiste em energia 100% limpa.
Esta é uma
inovação que veio para ficar e seu uso já está avançando. É sabido que nos EUA
e Europa várias operações já utilizam as células de hidrogênio como fonte de
energia. Enfim, chegamos a mais uma evolução de nossa indústria que, antes
mesmo do que imaginamos, irá se instalar com força em nosso país.
Sabemos que com
isso, não apenas as indústrias, como também, e principalmente, o meio ambiente irá
nos agradecer.